Adriana Machado, da Ascom – SSP/DF
Treinamento. Aprendizado. Troca de experiências. Preparo físico. Policiais dedicados. Parceiros de quatro patas. Assim tem sido a 1ª instrução de detecção de Cães do Canil da Divisão de Operações Especiais (DOE), da Polícia Civil do Distrito Federal. Por quatro semanas, alunos da instituição e de mais nove órgãos estão se preparando com técnicas americanas adaptadas e aplicadas em operações policiais no Distrito Federal.
A capacitação termina na próxima sexta-feira (18). Os aprovados receberão seus certificados durante a formatura, que ocorrerá na sede da PCDF, às 10h. Até o final do curso, os alunos farão cinco testes, incluindo físico e teórico. Somente serão aprovados aqueles que tiverem aproveitamento em todos eles.
O objetivo é formar condutores, os cães já foram treinados. “Neste curso o objetivo é formar o condutor, mas acabou que treinamos também três cães trazidos por outras instituições”, explicou um dos coordenadores do curso e Chefe de Seção da Cinofilia, Sanlac Machado.
De acordo com o coordenador, qualquer cão pode ser utilizado durante a Instrução, mas para atividade policial, o Pastor Alemão é a raça mais indicada. “Damos preferência na atividade policial para esta raça, pois é a que desempenha melhor esta atividade. Eles suportam melhor as mudanças climáticas, o tempo atuação, situações de estresse, diferentes temperaturas. Mas é a preferência, não quer dizer que outras raças não possam ser utilizadas”.
Dos vinte alunos participantes, oito são policiais civis. Os demais são das polícias Federal, Rodoviária Federal e Legislativa do Senado e Câmara Federal, Departamento Penitenciário Nacional (Depen), da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe), do Ministério da Agricultura e da Marinha do Brasil. “Fizemos uma seleção entre nossos policiais. Quarenta e três se candidataram e oito foram escolhidos. Os demais órgãos solicitaram as vagas ao saberem do curso e fizeram as escolhas dentro da necessidade de cada um”, completou Sanlac.
Para os participantes do curso, as aulas para diferentes carreiras tem surtido resultados positivos. “É a primeira vez que faço um curso com público tão diverso. Tem sido uma troca de experiências muito positiva. A referência é a mesma, mas outras vivências acrescentam em nossa formação”, contou o policial civil, Gabriel Lauar.
Já o auditor fiscal do Ministério da Agricultura, Ângelo de Queiroz, o detalhamento das informações está sendo enriquecedor para formação. “Nossa atividade é diferente da policial, pois atuamos em aeroportos, em ambientes controlados. O que estamos aprendendo nestes dias vai, com toda certeza, aumentar a eficácia do nosso trabalho”.
Policiais de quatro patas
Atualmente há sete cães no canil da DOE. Cinco deles participam das operações, que são solicitadas pelas delegacias.
“Entre maio e julho, fizemos a demonstração de nosso trabalho em todas as delegacias do Distrito Federal. Apresentamos aos colegas como solicitar o apoio da nossa unidade e como podemos contribuir”, disse Sanlac.
A atividade é relativamente nova. Há dois anos os cães passaram a participar das operações. Mas, de acordo com o coordenador, este é um dos focos da direção do órgão. “Queremos ampliar nossa atuação e a direção da PCDF está investindo nesta atividade”.
Nada de trabalho, queremos bolinha
O treinamento dos cães para atuação é feita com uso de caixas com os odores que eles deverão identificar nas buscas. Chega a ser incrível a atuação dos cães.
“Colocamos bolas de brincar com cães em caixas de madeiras com diferentes odores em cada uma, como de entorpecentes, armas e munição. Eles aprendem que, ao encontrar aquele odor, ele ganhará a bolinha para brincar. Portanto, para os cães, a atuação é encarada como uma brincadeira”, explicou outro coordenador do curso, o agente Ricardo Santos.
Cuidado
Os sete cães passam por cuidados diários. Além de um dos policiais que atua no canil ser veterinário, eles contam com treinadores, cuidadores e uma rede de clínicas que podem atendê-los, caso necessário.
“Eles têm o horário para brincadeiras, nadam aos finais de semana no lago Paranoá. São nossos policiais amigos, nossos parceiros de trabalho”, finalizou Ricardo.
Edição: Lanna Morais
Foto: Maurício Araújo